30/11/2007



Ai galera, preciso fazer um grande pedido de desculpas por deixar vocês tanto tempo sem notícias. Mas é que vocês precisam entender que quanto mais ao norte mais difícil fica encontrar computadores para atualizar o blog.... e também parece que a vivência aqui está cada vez mais intensa, de forma que mal sobra tempo para sentar e escrever.... Mas agora estou num compt legal e acho que vai dar tempo de escrever bastante e também colocar as fotos dos últimos posts.... Apenas tenham paciencia com os erros de português (ouviu mãe?) vocês têm que compreender que não dá tempo de ficar se preocupando com essas coisinhas, o importante é que vcs entendam.


Bom... onde é que paramos? Creio que em Carapebus, indo para Itaúnas, não foi? A gente queria passar o feriado de 15 de novembro lá para juntar um dinheirinho.... Indo para itaúnas a gente passou por Linhares, a idéia era pedalar o dia inteiro, para adiantar a viagem e passar em algumas praias antes de chegar nas famosas (e formosas) dunas. Essas praias seriam Regencia e Barra Seca, uma praia de nudismo bem ruts. Porém havia uma lagoa no nosso caminho, aliás a maior lagoa do Brasil (em volume de água), de água mineral, azulzinha, de areias brancas, um lugar com abundância de peixes e de pessoas de bem com a vida, como um artesão, que tinha largado uma vida de babilônia para viver em paz..... Ivan veio de São Paulo para passar o fim de semana e já estava lá a três anos.... só para vocês verem o poder do lugar.



Não teve como sair de lá assim tão rápido... acabou que ficamos uns dias por lá e só fomos embora porque o feriado estava chegando, acabou que tivemos que tocar direto o para Itaúnas... sem passar por aquelas praias, mas não dá nada.


Itaúnas é um lugar mágico... existem umas dunas incrivelmente belas.... e uma cidade encoberta por baixo delas, lendas de maldições, da cidade só dá para ver hoje em dia o mastro de um das casas que ficou para cimas das dunas. Antes ainda dessa cidade ali viviam índios, tudo isso contribuía para dar ao local um ar ainda mais misterioso.O mar? Águas azuis, nem muito bravo, nem muito paradão, uma delícia, água quentinha e areia branquinha.

As coisas lá aconteceram para gente de forma muito misteriosa, fomos conhecendo as pessoas e derepente estávamos hospedados num dos poucos quisoque que ficam na beira da praia, a gente dormia no mezanino, superconfortavelmente. De manhãzinha éramos despertados com o sol nascendo no mar... de frente para nossa janela. De trdezinha o mesmo Sol se pondo, por detrás das dunas. Isso sem contar uma manha que durante nosso café da manha caiu uma chuvinha e DOIS arcoíris surgiram varando as dunas de canto a canto.

A gente conseguiu esse arrego porque estávamos fazendo uma experiência de trabalho no quiosque. Até recebemos uma proposta de trabalhar lá durante o verão. A gente cuidava do quiosque durante a noite, acordava e deixava ele pronto para abrir bem cedinho... Clé ia ficar de garçom e eu no balcão, e ainda poderíamos expor nossos trampos. Trabalhamos quinta, sexta, sábado e domingo. Foram dias suficientes que aquela vida não era para a gente, a energia não era das melhores... ritmos de barzinho... dia e noite durante três meses. Fomos embora na segunda feira.

Lá em Itaúnas mesmo conhecemos um casal de assentados do MST, o assentamento ficava no caminho, apenas 12 km de desvio, é claro que a gente passou por lá. Ficamos uns dias... ajudamos a fazer farinha, tirar a goma da mandioca, fazer biju, tirar leite de côco e mais um monte de coisinha indizíveis.

Saindo de lá pegamos a estrada para Riacho Doce (ainda no Espírito Santo) e fomos pela praia até Mucuri, já na Bahia!!!! Primeira vez que cruzamos uma divisa de estado pela praia! Foi uma pedalada louca, tivemos que atravessar trechos onde empuramos as bikes por quilômetros... pedaços em que tínhamos que desescalar elas, uma a uma... num paredão de argila escorregadio. Pedalamos uns bons quilômetros com o mar de um lado e enormes falésias do outro.... sempre com medo que a maré subisse e nos esmagasse (na verdade esse perigo era muito remoto, mas sempre presente). Pedalamos de noite, atravessamos rios carregando as bicicletas uma a uma, sob a luz da Lua. Dormimos uma noite na praia, num lugar delicioso, repletos de coqueiros anões (desses que é só esticar a mão e se servir), enfim, delícia.

Para chegar em Mucuri ainda pegamos um barquinho para atravessar o riozão que fazia a barra do local. Em Mucuri batemos um rango a rregadíssimo, fizemos a sesta na frente da mesma casa onde 15 dias atrás Joaquim e Cristina furaram o pneu e tocamos em frente.... dispostos a enfrentar mais de 100km de estrada de chão até Caravelas. Nesse primeiro dia de pedalada pela estrada de chão tudo ocorreu muito bem, desenvolvemos legal a pedalada e dormimos debaixo dos eucaliptos.

Todo esse caminho. de Mucuri até praticamnete em Caravelas a Aracruz comprou as terras da população e praticamente só se vê eucalipto, um horror... dá para ver direitinho o ciclo mortal (para a Terra) do eucalipto. Eles compram o terreno, tiram tudo, o solo fica peladinho, se necessário eles tocam fogo. Depois plantam os eucaliptos e eles crescem numa velocidade estarrecedora (um eucalipto adulto suga da terra cerca de 300l de água por dia). Antes do corte eles tocam fogo de novo... para queimar os arbustros que crescem por baixo e atrapalham, os pés de eucaliptos não queimam, fervem apenas (muita água). Depois que eles cortam os eucaliptos (quando se corta um eucalipto ele jorratanta água que dá para encher um balde) e levam as toras embora ficam os tocos que rebrotam com muita facilidade, porém sem nenhuma qualidade para o comércio, então eles envenenam os tocos (e a terra) para plantar novamente mais eucaliptos, para eles crescerem (300l de água por dia cada um), tacarem fogo, cortarem, tacarem veneno e plantar mais eucalipto.... simplesmente um círculo vicioso suicida, terrível. PENSEM 50 VEZES ANTES DE USAR PAPEL DA PRÓXIMA VEZ.

Nos outro dia de manhãzinha acordamos bem cedo, na vontade de chegar naquele dia mesmo em Caravelas, mas qual o quê.... quando eram por volta das 11h da manhà o aro do pneu do Clé arrebentou, estourou a câmara e estragou o pneu..... no meio de milhares de hectares de eucaliptos. Não tinha como fazer nada, o negócio era esperar.... era domingo e a estrada praticamente não passava carro nenhum. Apenas gigantescos caminhões carregados de toras de eucaliptos.... ficamos tentando carona durante a tarde toda, dormimos no local e de manhà ainda tentamos mais carona.... mas sem chance.... aquela estrada não passava veículos normais.... apenas veículos das emnpresas de celulose. Resolvemos arrastar as bikes até uma vilazinha minúscula, onde provavelmente não teria o aro ideal para a viagem.

Mas o azar não foi tanto, tinha o aro bom e tinha também que montasse baratinho. Mas demoraaaaaado. Enquanto a gente esperava para consertar a roda caiu uma chuva pesada.... e a gente só ficava pensando na estada de chão, se ela já estava difícil imagina com a tal chuva. Quando finalmente a roda foi consertada e a gente conseguiu recomeçara a viagem aconteceu mais uma coisinha, só para deixar os nervos mais a flor da pele. O pneu do Clé estourou de novo..... dessa vez foi apenas a câmara, mas tivemos que parar de novo e trocá-la e tocar de novo... rumo a Caravelas....

E o barro predominava, as bicicletas derrapavam, espirrava lama por todos os lados, molhando barraca, colchonete tudo... mas a viagem tinha que continuar.... já estávamos cansadíssimos e não tínhamos pedalado quase nada aquele dia.... e os nervos explodindo. Acabou que eu e o Clé tivemos uma discussão e eu num acesso de fúria resolvi que a gente ia chegar em Caravelas aquele dia mesmo, e disparei na frente, quilomentros na frente, enfurecida. (não se preocupem....já estamos de boa de novo.... foi só um momento de tensão extrema). Foi bom porque chegamos, e logo encontramos amigos de nossos amigos em Caravelas e em pouco tempo já estávamos de banho tomado degustando uma cachacita com caju.

A idéia era ficar na casa de Lu, uma colega da bio... mas ela havia viajado, daí acabou que ficamos na casa de Berg... um irmão que fizemos lá em Bagé, durante o curso de bioconstrçào. Depois tivemos a surpresa que a tal vilazinha em que consertamos a roda da bike (Juerana) era a cidade natal de Berg e de sua família, maior coincidência.

Do dia que a gente chegou (segunda) até ontem ficamos lá, botando a casa em ordem, lavando, costurando, consertando, etc.. choveu todos esses dias então aproveitamos para dar uma descançada. Ontem Lu chegou e fomos para a casa dela, que fica num sítio`,já fizemos até uma deliciosa pizza para comemorar om reencontro.

Aqui em Caravelas parece que o projeto vai entrar em ação novamnete, existe um grupo de cultura afro chamado ArteManha, que trabalha com crianças, com dança, com capoeira e também tenta desenvolver uma consciência ambiental nas pessoas que particiapam do projeto. Berg é envolvidíssimo com esse grupo e juntos vamos fazer alguma coisa junto.

Também já está marcado para amanhà na casa de Lu um mutirão, atividades? Espiral de Ervas, Hortas Mandalas, Coleta da água da chuva, composteira, minhocário e para outros dias aquecimento de água pela luz solar (Lu gosta de banho quente) e banheiro seco.

A Lara está adoentada, ela pegou um protozoário que é transmitido através de carrapato, esse protozoário impede que o sangue coagule e também inibe a reprodução das hemácias. Mas a doença foi detectada a tempo e ela já está tomando remédinho, parece que fazem poucos dias que ela pegou essa doença daí a recuperação é mais rápida.

Também tem um centro de atendimento psicológico que visa evitar que mandem as pessoas para o manicômio, onde parece que vai rolar alguma coisa relacionado com hortas. É, parece que a gente vai passar um tempo em Caravelas, isso sem falar que aqui é o portal para Abrolhos, e aqui tem muitas formas de a gente ir para lá mergulhar, se não de graça com um BOM desconto. IRRRRRU :)

Ufa... hehehe é isso... por enquanto.... esses dias aqui vocês ficarão com notícias mais quentinha e não tão corridas....

Ah, outra coisa, eu sei que tinha prometido as fotos dos outros posts.... mas não vai ter como, pelo menos não hoje. Nesse momento só vai dar para colocar as fotos do post atual... mas vcs entendem né?

7 comentários:

Buchudo disse...

Po galera, até que enfim, já estava com saudades das notícias. Estou investindo em mercado de capitais e se tem uma empresa que me nego a investir, apesar dos bons dividendos, é a Aracruz, por tudo o que vocês já disseram dos eucaliptos, além do histórico contra o MST. É isso, sucesso mais uma vez e bons mergulhos em Abrolhos (afffff....) Abraços da família 3M.

Anônimo disse...

UAU!!!!! Bjs,
Paulina

Anônimo disse...

Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passadinha lá no meu, que é sobre frases e poesias, espero que goste. O endereço dele é http://mil-frases.blogspot.com. Um abraço.

Anônimo disse...

É isso ai,

Por que voces não ficam por ai ?

Não é tão longe e posso ir de vez em quando mergulhar em Abrolhos !

Melhoras para a Lara !

Amamos voçes !

Um abração !

Pai.

Anônimo disse...

UHUUUUUUU!!!!!!

É isso aí amiga muito tudo bom heim?!!!
Lugares lindos e maravilhosos!
Pessoas encantadoras!
Revelações!

Estou morrendo de saudades!!!
Vcs fazem falta aqui mas estão mandando muito bem por aí!
O planeta agradece!
Bjos a todos melhoras para a Lara e muitos beijos pra vcs!!!
Uhuuuuuuu!!!
Nahyr

Anônimo disse...

Da-lhe Grande!
Muito bom saber que vcs estão bem e espalhando o bem! :D
Abraço forte pra vcs!
Careca

Anônimo disse...

Oi!!
por aki td bem, o heverton ligou e pegou o endereço do blog, espero q agora ele se comunique c vcs tbm!!;)
Clé! preciso saber o q fazer com aquelas revistas e livros antiiiiiiiiiiiigos de eletrônica, posso doar? se é q ainda serve p alguma coisa... hehehehe...
até mais!
bjosssss

cintya